terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

VAMO JOGÁ STOPI?

Os alunos do Colégio Estadual Júlia Wanderley, no bairro Batel em Curitiba, continuam sem ter algumas matérias no quinto dia consecutivo de aulas.

Segundo elas, não há professores suficientes para lecionar e as professoras de educação física improvisam na aula de inglês.
As crianças reclamam que todos os dias estão jogando "stop". A professora diz:

- VAMO JOGÁ STOPI?

Além disse, não aguentam mais o tipo do lanche servido às 15h45 da tarde diariamente. Olha que delícia, o lanchinho da tarde varia entre sopas, arroz, feijão e linguiças. Super sadio e dá aquela disposição pra voltar pra sala de aula animadão. rárárá

As crianças com quem falei, também, reclamaram da pronúncia da professora de inglês. Quer dizer, "ingreis" segundo elas. Na quinta série elas estão revendo "my na-me is" e contar até 10 em inglês.

A Thalita, uma das estudantes, me disse outro dia se questionar se a professora não sabe que toda criança hoje em dia já nasce sabendo isso. rárárá. Seria trágico ...
Ah, tem outro detalhe lindo! Uma das professoras da Thalita falou esses dias em sala de aula "eu punhei", ao invés de "eu pus" ou "eu coloquei". A sala inteira ria. Mesmo de brincadeira, isso não é coisa que se faça né, professora. Por favor. Come on teacher.

Aguardo resposta da Secretaria de Educação. Hoje, eles estavam checando minhas reclamações. Esperemos.
E assim caminha a humanidade. Pelo menos a humanidade curitibana e aquela que sem recursos suficientes improvisa mesmo!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

HINÇA X SLATER

HÁ SETE PESSOAS ENTRE VOCÊ E UMA CELEBRIDADE. HÁ SETE PESSOAS ENTRE VOCÊ E UMA PESSOA MUUUUITA IMPORTANTE PARA O MUNDO. DIZEM.....HÁ SETE PESSOAS QUE CONHECEM UMAS AS OUTRAS ENTRE VOCÊ E A RAINHA ELIZABETH, POR EXEMPLO. TAMBÉM HÁ SETE PESSOAS QUE SÃO IDÊNTICAS A VOCÊ. DIZEM.....
BOM, QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO......
QUEM NÃO TEM SLATER, CAÇA COM HINÇA.
BIZARRO


terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

AH….. EU AMO A TECNOLOGIA


Não tem mais jeito, hoje em dia é assim mesmo. Só me dei conta quando meu irmão verbalizou com todas as letras ao telefone: o celular é praticamente um ship humano. É realmente irritante que, em pleno século XXI, não se consiga falar com uma pessoa na hora que você quer ou a qualquer hora do dia. Marcar reuniões, fechar negócios, conectar-se a um enorme stuff em segundos. Celular.
Quando era professora, irritava-me constantemente com os aluninhos de 10, 11 onze com seus tamagoshis a postos. Mesmo por que, naquela época, eram as próprias mães que ligavam para interromper as aulas. Às vezes para avisar que já haviam chegado para levá-los pra casa ou para avisar que não poderiam ir buscar seus pimpolhos no horários combinados, que iriam se atrasar, etc.
Hoje, mudei de idéia e não tenho mais raiva daquelas mães. Com um filho de sete anos de idade, tenho mesmo é vontade de fura-lhe os pulsos e introduzir um ship que me deixe segura e com a cabeça fresca para poder trabalhar e viver meu dia-a-dia tranquilamente, já que não posso controlar sua vida e ficar 30 horas por dia ao seu lado. Já é independente. Ah, e é férias.
As crianças do bairro, principalmente as meninas, me atualizam das últimas tecnologias em celular, assitências técnicas, lojas de acessórios, enfim. Até fizeram eu descobrir que o celular que adquiri em dezembro já está fora de linha. É incrível. E lembrar que aos 15 ainda brincava de barbie com minhas amigas do ballet. Rárárá
Já que este tipo de tecnologia não chegou as minhas mãos, dei-lhe um celular. Menos cruel que fura-lhe os pulsos e introduzir-lhe um ship e, mesmo assim, eficaz, pelo menos por enquanto. Sei na casa de quem está e onde está. Sei, claro, quando ele me liga ou quando eu consigo fazê-lo atender o celular, mesmo depois de algumas tentativas. Passo algumas angústias, afinal, já comentei que é férias?
Ai, pensando bem, se quiser ficar tranqüila mesmo, vou que precisar de um ship.
Já imaginou? Com um toque no computador, poderia encontrá-lo e não precisaria ficar ligando e dando uma de mãe má, super protetora. Ah, eu amo a tecnologia…

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

POR FAVOR, NÃO DEFENDAM A NATUREZA!!!!


Meishu Sama, senhor da Luz para nós messiânicos, criou três pilares de sustentação da filosofia do johrei: ministração de johrei, prática da agricultura natural e apreciação do belo.
Há tempos pensei em escrever sobre o culto ao belo, mas depois que este texto foi encaminhado ao meu email pelas queridíssimas Rafaelle Mendes e Michelle Hasketh, pensei que para explicar o belo, é preciso sentí-lo. Nada melhor que este texto abaixo para redefinirmos nosso conceito de natureza e belo em uma de suas muitas facetas e na tentativa da construção do belo em nossas vidas. Aí vai o texto na íntegra.


UM AMBIENTALISTA NO SÉCULO XXI: POR FAVOR, NÃO DEFENDAM A NATUREZA
Dener Giovanini*

Durante uma palestra no ano passado, na cidade mineira de Uberlândia, fiz uma provocação à platéia: disse em alto e bom som que quem realmente se preocupa com a natureza deveria parar de tentar defendê-la. É claro que não dei chance para o auditório se manifestar. As reações seriam bem previsíveis, pois eu estava ali a convite da OPA - Organização de Proteção Ambiental, uma entidade reconhecida por sua forte atuação na defesa ambiental. E a dita platéia, cerca de 150 pessoas, era em sua grande maioria, formada por ativistas da instituição. Assim que comecei a perceber que, subitamente, os assentos das cadeiras começaram a incomodar as pessoas, entendi que quem iria precisar de proteção naquele momento era eu. Socorri-me chamando à frente o presidente da organização, Juscelino Martins que, além de ser um dos mais respeitados empresários desse país, é uma daquelas pessoas que impõe a sua presença através das suas credenciais como ambientalista de visão arrojada e sensata. Com ele ao meu lado, senti-me mais seguro para explicar aquela frase espinhosa que eu tinha acabado de jogar sobre a platéia.

A razão que temos para não defender a natureza é muito simples. Não podemos defender quem é mais forte que nós! E citei, naquele momento, um exemplo prático: quem ali se sentira à vontade para aceitar o cargo de segurança do Michel Tyson? Como você pode querer defender alguém ou algo que é muito mais forte que você?

Eis ai a chave que talvez abra a porta de um novo mundo.
Uma nova compreensão do que de fato somos e do que representamos na complexa engrenagem da vida sobre esse planeta. A nossa essência humana é dominadora. Em nossa história evolutiva sempre buscamos dominar povos e culturas. De uma forma ou de outra, em nossas relações pessoais ou nas relações entre as nações, invariavelmente buscamos impor a nossa individualidade e, principalmente, a nossa mentalidade de conquistador, de senhores da razão.

E assim sempre foi a nossa relação com a natureza. O ser humano sempre enxergou a natureza como uma coisa menor que ele. Mais fraca. Menos importante. O meio ambiente sempre foi um desafio a ser vencido. Conquistado. Repetimos com a Mata Atlântica a relação que os nossos
colonizadores mantiveram com os índios que aqui encontraram. Num primeiro momento tentou-se torná-los úteis aos anseios conquistadores. Subjugá-los a força era a meta. Como a prática mostrou-se complicada, passou-se ao plano B: eliminá-los. Da floresta inicialmente também se buscou torná-la útil, extraindo o que fosse possível. Como da carcaça que dela sobrou também nada mais se aproveitava, o passo seguinte também foi eliminá-la.

E assim continuamos soberanos em nossa missão de dominar o mundo. De impor a nossa presença. De reinar sobre tudo e sobre todos. Na história recente do mundo multiplicaram- se os
defensores do meio ambiente. Surgimos - e aqui me coloco entre eles - como surgem os irmãos mais velhos quando entram numa briga para defender seu irmãozinho ameaçado. Ficam lá, de um lado o ameaçador, de outro o defensor, e no meio a natureza. Mesmo inconscientes, nós ambientalistas, estamos reproduzindo o padrão comportamental que deveríamos combater. Nós também enxergamos o meio ambiente como algo fraquinho e frágil, que precisa da nossa \"ajuda\" para sobreviver. Não compreendemos ou não enxergamos que a nossa própria atitude, gestos e atos apenas reforçam a idéia de que somos supremos em nossa existência sobre a terra.

Amplificamos com as nossas palavras o conceito de dominação ancestral do homem sobre a natureza. O momento atual nos exige uma reflexão profunda. Um mea culpa. Está na hora de mudar o discurso de irmão mais velho.Vamos entrar na briga sim, mas para dizer: olha, se você
se meter com o meu \"irmãozinho\ " você vai se dar muito mal, pois ele é violento, perigoso, tem três metros de altura e está armado até os dentes. Enfim, mudar a nossa postura de supremacia diante da natureza e adotar um comportamento inteligente. Entender de vez que a natureza não precisa da nossa defesa. Reconhecer com humildade a sua força e poder. Colocar-nos em nosso
devido lugar. Compreender que o fraco nessa história somos nós, humanos.

Comprar uma briga com a natureza é de uma extrema burrice. Achar que a controlamos ou que a dominamos é talvez um dos maiores erros que a humanidade já cometeu. Seremos varridos da face da terra com a mesma facilidade que limpamos a sujeira que nos incomoda em nossa casa: com água, com vento ou com calor. No fundo devemos apenas compreender que essa briga já está ganha. E não por nós.

Um dia conseguimos superar a nossa \"guerra fria\". Agora é a vez da \"guerra quente\". Só que os
protagonistas não são apenas dois países disputando entre si quem tem mais poder de fogo. A peleja agora é outra. Somos nós contra o planeta. É uma espécie contra milhões. É a luta de quem produz fumaça contra quem detém vulcões.

A partir de hoje eu não quero e não vou mais defender o meio ambiente . Vou apenas temê-lo e por isso, respeitá-lo. Vou tentar entender o que a natureza está dizendo e buscar difundir suas palavras que, se pudessem ser materializadas, soariam mais ou menos assim:

RESPEITE-ME. POR QUE RESPEITO É BOM E EU GOSTO!

*Dener Giovanini é ambientalista e coordenador geral da
Renctas. Fonte: O Eco